E se tudo o que você conhece não fosse real? E se as desordens climáticas, desastres naturais e catástrofes ecológicas fossem estrategicamente planejados? E se fosse seu destino mudar tudo isso? Criada num ambiente ambíguo e com frágil estabilidade, Alice sempre soube que havia peças que não se encaixavam no delicado quebra-cabeça de sua vida. Até que ela decide preencher as lacunas de seu presente utilizando pistas de seu passado.
“Meu nome é Alice, e acredite, eu não estou no país das maravilhas.”, é por meio dessa apresentação crua e arrebatadora de personagem que o universo de O que não diz a lenda nos é apresentado. A estória se passa em um futuro distópico no qual as pessoas vivem sob uma constante ditadura militar e racionamento. O mundo está em guerra há décadas, a terceira e pior das grandes guerras, e os fenômenos antes julgados naturais podem ser controlados por meio de antenas que estimulam as placas tectônicas e podem ser direcionados a qualquer localização; por pouco o planeta não foi inteiramente destruído nesta batalha sangrenta por terra antes que as três nações possuidoras da tecnologia (EUA, China e Rússia) entrassem em acordo, dividissem o planeta em três territórios e começassem a reconstruí-los a sua maneira. Foram necessários anos de represálias e ditadura antes de o primeiro — e mais poderoso —ataque rebelde acontecer e destruir inúmeras estações, antes de todas as restantes serem fortemente protegidas por campos magnéticos, e a guerra entrar em recesso (por falta de verba e medo de perder território) entre as nações. É nesse cenário caótico que a Alice nos contará sua história e, talvez, a nossa própria.