11 de jan. de 2014

Eu Me Chamo Antônio - Pedro Gabriel

postado por Caleb Henrique


Editora Intrínseca, 2013, 192 páginas. (Skoob) 
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Antônio é o personagem de um romance que está sendo escrito e vivido. Frequentador assíduo de bares, ele despeja comentários sobre a vida — suas alegrias e tristezas — em desenhos e frases escritas em guardanapos, com grandes doses de irreverência e pitadas de poesia.

Avaliação: 5/5

O Pedro Gabriel — ou Antonio; não sei distinguir o ponto em que um deixa de ser um para tornar-se o outro, então gosto de acreditar que não há de fato essa separação de seres e que, não havendo, o Pedro é o Antonio, o Antonio é o Gabriel, O Gabriel é o Pedro e todos eles são apenas um [E VOCÊ TEM A LIBERDADE DE ESCOLHER O QUE MAIS LHE AGRADAR], mas como dizia antes de divagar: É comum encontrar quem chame o Pedro Gabriel de incrível, genial, brilhante, criativo ou poeta e isso tudo é bem verdade. A mim cabe presentear-lhe com o nome de um de meus personagens prediletos [DE UM LIVRO QUE EU NÃO PRECISO CITAR]: Sonhador. Possuidor de um sonho nascido numa noite chuvosa onde o acaso [VOCÊ ACREDITA EM DESTINO?] fez com que ele entrasse no Café Lamas e lá, enquanto esperava, rabiscasse num dos inúmeros guardanapos. Sonho que se figurou em forma de uma página de rede social e, consequentemente, vestiu-se e pousou para as páginas de um livro, que foi o que me trouxe até aqui esta manhã, tarde ou noite [CASO SEJA MADRUGADA, SINTA MEU ABRAÇO. QUASE NINGUÉM SABE, MAS ABRAÇOS MATINOS SÃO OS MAIS ACONCHEGANTES].

Assinante de feed e admirador confesso deste trabalho, eu obviamente fiquei todo feliz com a notícia do futuro lançamento e agora, após solicitar o livro para resenha e poder saborear cada uma das mais de cento e noventa páginas, imensamente satisfeito — inclusive com a sobremesa.

Com temas variados e um toque de melancolia velada, ele brinca com as palavras. Esbanjando muita criatividade, mas também e principalmente: sentimento. Doçura e amargura em pitadas ideais, que vão de um “Leve-me o mundo anda tão pesado” à um “Eu não sou amargo. É que, às vezes, a vida rouba a nossa doçura” preenchem cada um dos inúmeros guardanapos, que tornaram-se fotografias e agora são páginas de um livro impresso. Falar em páginas desperta-me para o fato de que eu não poderia deixar de citar o projeto gráfico incrivelmente delicioso aos olhos que a Mariana Newlands, o Thales Leite, Raphael Pacanowski e todos os envolvidos diretamente e indiretamente conseguiram trazer a vida. A equipe Intrínseca está de parabéns, sério.

A mim cabe apenas esperar, de coração, que este seja apenas o primeiro de muitos. E que o Sir. Pedro [OU GABRIEL] [OU ANTÔNIO] venha fazer uma visita ao meu estado para que eu possa ir lá agradecer pessoalmente e voltar para casa feliz e com um livro assinado por duas das mãos que lhe trouxeram a vida.



Felicidade às vezes vem de formas inusitadas. Esta veio transfigurada em palavras e guardanapos. Desenhos e sentimentos. E mais, afinal, sempre há mais. Eu me chamo Antônio é um livro primoroso e raro, que vale muito a pena, com direito a guardanapo em branco no final, de sobremesa, para que também possamos brincar de ser poeta. Tenho a ideia do meu, mas ainda não tive coragem de rabiscar o livro. Talvez rabisque amanhã. Talvez daqui a um ano. Mas na falta do meu, indico este maravilhoso mural (link) com fotos dos guardanapos de pessoas muito criativas [E CORAJOSAS] que também brincaram de poesia. Um primor!

Assim me despeço, com a promessa de voltar. 
E como há braços, abraços!