Olá, Viajantes!
Como têm passado? Recentemente me flagrei pensando na amizade e resolvi perguntar a alguns de meus amigos (via facebook) de onde vinham, afinal, os amigos. Com as respostas deles, acabei criando um pequeno escrito, que gostaria de compartilhar com vocês. Vamos lá?
DE ONDE VÊM OS AMIGOS?
Certo dia,
perguntei em classe: — De onde vêm os amigos?
— Dos
lugares mais improváveis. — alguém respondeu timidamente.
— Às vezes
nós descobrimos que eles estavam ao nosso lado o tempo inteiro. — disse a ruiva
tímida, aquela que raramente fala algo em sala.
— Eu,
honestamente, não sei, mas compartilho daquele antigo pensamento de que “nós
não escolhemos os amigos, eles nos escolhem”. — foi a resposta daquele jovem
que passa mais tempo rabiscando algum desenho no caderno que prestando atenção
na aula.
—De longe,
dos livros, do saber apoiar, conversar, amar e compartilhar coisas, talvez. —
disse a garota que sempre tinha um livro reserva na bolsa. Para o caso do tédio
bater, ela justificava.
— Da
amigolândia — disse alguém lá dos fundos e até eu precisei rir dessa. —
Boa, boa! Alguém mais quer responder? — perguntei.
— Da
vontade? — indagou o presidente de classe.
— Será que
só a vontade basta? — rebati.
— Não, pois
tem que rolar uma reciprocidade. Mas a necessidade de ter alguém, isto é um
ponto de partida. Só gostamos das pessoas devido sua utilidade em nossa vida,
de qualquer forma. — disse ele por fim.
— É uma boa
teoria. Próximo?
— Os amigos
vêm da convivência, do carinho que sentimos, da união e da transmissão de
pensamentos. — respondeu sabiamente a caçula da classe.
— Na
verdade, eu acho que se forma a partir do jeito de ser, na identificação com a
pessoa. Não vem do coração ou algo do tipo, se é isso que quer saber. —
respondeu um dos alunos.
— Cético. —
replicaram.
— Realista.
— rebateu.
— Opa! Opa!
Essa é uma discussão saudável, não mudemos o foco, pessoal. — e dizendo isso
apontei para a garota de cabelos coloridos: — de onde vêm?
— De um
bosque encantado onde as almas dançam enquanto a gente dorme, aí quando a gente
gosta da dança se encontra na vida real. — foi a resposta que me arrancou um
sorriso.
—Eu também
acho — disse sua amiga, que ficou tímida por ter erguido a voz — que a amizade
é um encontro de almas, quero dizer.
— Já eu
diria que amigos entram na nossa vida para completar algumas lacunas... Eles
preenchem nossa vida e fazem com que tudo faça mais sentido... — disse a
redatora do jornal da escola. E assim por diante, um por um, vi meus alunos
expressando suas opiniões. Do mais tímido ao que não para a boca. Respostas
complexas, céticas, ou simples como um “Não sei, só sei quem vêm.”, mas todas
autênticas. Ao fim da última resposta me surpreendi ao perceber que todos eles,
sem exceção, fitavam-me. Esperando.
— E então? —
perguntou um deles.
— E
então...? — respondi.
— De onde
eles vêm? Alguém acertou? — completou a garota de cabelos coloridos. E essa era
justamente a pergunta que eu ansiava ouvir.
— Mas é
claro que alguém acertou — respondi. — e, na verdade, não apenas um. Todos
vocês estão certos. Os amigos vêm de todos esses lugares, assim, como do meu
ponto de vista podem também nascer de um debate saudável como o de hoje, onde
todos falam e ouvem e não têm vergonha de expressar sua própria opinião. — e ri
por dentro ao fitar suas reações que variaram de sorrisos à resmungos de “perda
de tempo”. Fitei o relógio e anunciei: — Preparados para a prova surpresa?
— AH!
NÃÃÃÃÃÃÃO! — e até que o sinal para o próximo tempo soasse, cerca de 50
segundos depois, o barulho fez-se ensurdecedor.
— É, acho
que vai ter que ficar para a próxima aula. Preparados?
E ao ouvir
os gritos de comemoração, deixei a sala com um leve sorriso no rosto e um
escancarado no coração.
Caleb Henrique (e amigos)
Agora é a sua vez, responda nos comentários:
E PARA VOCÊ DE ONDE VÊM OS AMIGOS?
Assim me despeço, com a promessa de voltar.
E como há braços, abraços.