4 de mar. de 2013

O Ladrão de Destinos - Nanuka Andrade

postado por Caleb Henrique


Subtítulo, 2013, 280 páginas. (Skoob) 
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Para uma menina sonâmbula como Mayumi, o risco de despencar de um telhado ou ser atropelada por um automóvel enquanto está dormindo é apenas um dos diversos riscos que este terrível distúrbio do sono pode oferecer. Afinal, perigo maior está entre os sonhos que a menina tem todas as vezes em que isso acontece. Neles, acredita viajar para um lugar chamado Orla, onde pessoas vivas ou mortas transitam sem a menor cerimônia. Quando terríveis eventos passam a colocar a vida de recém-nascidos em risco, Mayumi se vê obrigada a descobrir quem está por trás destes misteriosos eventos. Alguém conhecido à boca pequena como o Ladrão de Destinos.

Avaliação: 4/5




Através de uma escrita riquíssima e sempre agradável é vindouro o retorno do Nanuka Andrade, autor de Camundo: O Desenho e a Sombra (resenha). O Ladrão de Destinos é uma obra que inquestionavelmente agradará leitores de todas as idades e gêneros. E comigo não poderia ter sido diferente. O livro tem lançamento previsto para Abril e será o primeiro de muitos nacionais que a Editora Subtítulo nos trará este ano. Eu, honestamente, sinto-me sortudo por ter tido a oportunidade de ler e dar antecipadamente minha opinião sobre esta fantástica obra.
O livro tem como personagem principal a jovem Mayumi, descendente, ao mesmo tempo, de chineses e japoneses (pai chinês e mãe japonesa); e possuidora de um problema não tão incomum: O sonambulismo. A diferença é que após algumas poucas conversas curiosas com seu amigo de longa data, o velho Lao Pengyou — e muitos, mas muitos inconvenientes escolares constrangedores — Mayumi descobre-se capaz de domar seu corpo e vagar apenas como espírito durante o sono. Numa dessas andanças a jovem garota vai parar num lugar bastante curioso, que logo descobre ser chamado de A Orla.  Na Orla ela se depara com uma verdade que assustaria muito marmanjo por aí: Parte dos transeuntes são dormentes (pessoas vivas e sonâmbulas), assim como ela, enquanto a outra é composta por espíritos. É em meio a esse curioso cenário que a Mayumi encontra Flecha, um dos personagens mais legais em meu ponto de vista.

De volta ao mundo dos vivos, Mayumi não consegue pensar n’outra coisa que não voltar à Orla e descobrir mais sobre o curioso local onde o tempo não existe. E eis que um desastre é sucedido e a jovem acidentalmente leva consigo o destino do seu jovem irmãozinho — que sequer nasceu. Tomada de culpa Mayumi não consegue pensar em nada que não devolver o destino do pobre Chen e nesse ponto somos apresentados a tantos outros personagens cativantes (e outros particularmente duvidosos) como o Comarco, os meninos do Vapor e o Sr. Moscaridos, que promete ajuda-la a devolver o destino de seu irmão. É nesse desejo de devolver o destino do irmão que a história tem o verdadeiro início e neste mesmo ponto eu lhes deixo com o gostinho de “Quero mais!”.

A leitura flui realmente fácil e antes que pudesse me dar conta eu já havia acabado. Como disse é uma leitura rica e agradável a todas as idades. Acho válido ressaltar que gosto muito do modo como o Nanuka implementa a cultura oriental na obra de um modo que acabamos inevitavelmente enriquecendo nossos conhecimentos sobre a mesma. A escolha do nome dos personagens principais também foi algo que me agradou muito. Mayumi e Flecha, algum de vocês consegue ver a relação entre os dois nomes? (Difícil, eu sei).

Não sei se todos sabem, embora eu já tenha falado inúmeras vezes, mas o Nanuka também é ilustrador, um dos melhores em minha pacata opinião. O mascote do blog e minha caricatura são obras dele, assim como a capa e ilustrações de seus livros. Ele é realmente um artista completo, afinal, possui o dom de dar vida a seus personagens por meio de palavras e imagens, o que é totalmente incrível em minha opinião. Obviamente ainda não possuo o livro, tendo em vista de que ele ainda não foi lançado, mas estou morrendo de ansiedade e curiosidade para tê-lo em mãos, reler e conferir as ilustrações, diagramação e todo o projeto gráfico do mesmo.

Assim me despeço, com a promessa de voltar.
E como há braços, abraços.