23 de dez. de 2012

Das Páginas Para as Telas #3 - Alice

postado por Caleb Henrique





Recentemente enquanto comentava com o Nanuka Andrade (autor de Camundo) sobre a nova adaptação da Disney (Oz: Mágico e Poderoso) mencionei que alguns cenários estavam bastante semelhantes aos de Alice in Wonderland, versão Tim Burton e entramos em um debate sobre a obra em questão e suas adaptações; em certo momento ele passou-me um link para assistir online essa adaptação louca e quase muda da qual hoje vos falo. E não é que mesmo de um jeito maluco, ela é fiel a obra?
Imagine uma Alice que diminui e vira uma boneca tão ou mais bizarra que a boneca assassina? Imagine-a entrando no país das maravilhas pela gaveta de uma escrivaninha e se deparando com as coisas mais bizarras que se pode imaginar e que além de o Coelho Branco ser propositalmente de pelúcia, ele ainda fica se furando e costurando diversas vezes durante o filme. Pois é, parece bizarro, não? E é, mas é em meio a toda a essa loucura que o diretor tchecoslováquio (isso lá é gentílico de gente?!) Jan Švankmajer (que é considerado um dos artistas mais cults da época e uma das maiores inspirações do já citado Tim Burton.) nos apresenta uma das adaptações mais fieis e loucas (eu nunca vou encontrar outras palavras para descrever esse filme) da consagrada obra de Charles Dogson, ou como o mundo o conhece Lewis Carroll.



Nesse filme você não encontrará nada fofinho, então, nada de compará-lo com a versão animada da Disney. O País das Maravilhas é ambientado num antigo casarão e somos apresentados à diversas versões bizarras de personagens que conhecemos tão bem, como é o caso da Lagarta que é nada mais, nada menos que uma meia (sim). Só achei uma pena não termos a presença do tão divertido Gato de Cheshire, que é um dos meus personagens prediletos da obra. Outro ponto engraçado é o fato de o filme ter suas falas narradas pela atriz que interpreta Alice. Sempre temos um zoom de sua boca completando as falas, como num livro. Ex: “Estou atrasado, ela vai me matar” e aí a tela muda para o zoom na boca da atriz que diz: – “Disse o Coelho Branco”, que me levou à dar boas risadas. Enfim, mais um pouco e não vai sobrar nada para vocês descobrirem com seus próprios olhos. Aos fãs do Tim Burton (ou de filmes sombrios e simbólicos) essa é uma pedida excelente.

Ficou na dúvida? Assista o trailer e tire suas próprias conclusões:

Assim me despeço, com a promessa de voltar.
E como há braços, abraços.