Gostaria de dizer que acordei
tranquilamente e só então percebi que dia era hoje, mas a realidade é que eu
acordei às 4h30m sentindo mais dores do que consigo recordar ter antes sentido
na vida e um calor reconfortante no peito, consequente da certeza de que a
manifestação do dia anterior fora incrível — e pacífica. E é incontestável o
fato de que o destino está sempre pregando peças, afinal, eu poderia imaginar
esse início de manhã de muitas maneiras, mas em nenhuma delas eu cogitaria a
possibilidade de ser acordado justamente por ela e precisar pegar um ônibus de
volta à minha pacata — e tediosa — cidade. “Engraçado
o destino, não?” foi o que eu pensei inicialmente, mas o sono encobria
qualquer pensamento subsequente. E o frio. Quanto tempo fazia desde a última
vez em que sentira um frio que me levou a ter tremores? Honestamente, eu não
consigo lembrar; mas naquele momento enquanto esperava o ônibus, aparado da
chuva, com ela ao lado, eu estremeci. Também reclamou um pouco do frio, ela. E
isso me fez pensar que há um ano eu a teria embalado em meus braços, o que,
obviamente, não foi o que eu fiz. Ainda há estranheza demasiada no toque e eu
não sei se um dia isso voltará ao normal. Aproximei-me mais um pouco até que
nossos braços se tocassem, numa troca de calores. O ônibus tardou e eu pensei
que poderia ter dormido mais um pouco, pensamento que ela não só compartilhava
como também verbalizou. Mas pouco tempo depois, sem muito contratempo, tentamos,
em vão, nos acomodar da melhor forma naquelas incômodas poltronas do ônibus que
nos trouxe de volta a casa, com a certeza e o alívio de que nenhum dos dois se
atrasaria para o trabalho. Então, embalado por suas músicas, adormeci por quase
todo o trajeto de volta.
Foi um dia exaustivo, não posso dizer
o contrário, mas ver a data no calendário e perceber o quanto minha vida mudara
nesses 365 dias me deixou demasiadamente reflexivo e, por um breve devaneio, fui
tomado por uma epifania: a vida é composta por ciclos, uns acabam e outros
podem demorar toda uma vida sem serem encerrados, mas a realidade é que novos
ciclos sempre se iniciarão, independente do que te aconteça. Foi assim que o
Viajante Literário nasceu: um ciclo iniciado pelo encerramento de outro.
Eu amadureci muito neste último ano e
fiz mais amizades do que imaginara poder fazer. Honestamente, uma lista de
agradecimentos seria tão extensa que, inquestionavelmente, acabaria
esquecendo-me de citar nomes. Essa seja talvez a maior verdade sobre a memória
humana: é traiçoeira, pois tende a falhar quando mais precisamos e emergir
quando de nada queremos lembrar. Então, para não correr este risco,
escrevi-lhes uma carta:
Queridos Viajantes,
Meu coração encontra-se em um profundo estado de alegria, afinal: HOJE É DIA DE FESTA! E eu só consigo pensar em quão rápido os dias passaram.
Gostaria, pois, de agradecer individualmente a cada andarilho que apareceu por essas bandas e, enormemente, aos que voltaram — e continuam voltando. Não creio que seja necessário citar nomes, pois vocês saberão quem são, mas eu gostaria de agradecer primeiramente por (a) cada feedback e cada sorriso consequente, também por (b) cada crítica honesta, que me ajudou a saber em que pontos eu ainda preciso trabalhar em busca de uma melhora. (c) A cada confiança depositada em parcerias ou resenhas e, principalmente, (d) a cada um dos variados “Quero ler um livro seu!” que me levaram a confiar mais um pouco e enxergar que eu, na realidade, não ‘escrevo só por hobby’, mas por amor. Eu tenho tanto ainda que agradecer, na realidade, que precisaria recorrer a outros alfabetos, pois o nosso não seria suficiente. Mas acho que a melhor forma de fazer isso é trabalhando mais e mais para trazer novidades à vocês. Então, comecemos com algumas delas:
(a) Eu abrirei uma vaga para colunista, portanto, o número de postagens aumentará um pouco.
(b) Tenho três (no mínimo) novas colunas em mente, e logo menos vocês verão mais conteúdos por aqui.
(c) TEREMOS SORTEIOS DE COMEMORAÇÃO, sim! E, bom, eu estou todo feliz e bobo com isso porque, para inicio de conversa, contarei com o apoio do meu TOP 3 (♥) da blogosfera e, é claro, com outros amigos que estiveram ao meu lado desde o primeiro passo dessa empreitada.
(d) Apertem o “End” de seus teclados e vejam que beleza de ilustração o Lean G. fez para o rodapé. Estou ainda, particularmente, em estado de babação! (e quero suas opiniões sobre!)
(e) Sim, ainda tem mais... mas, vocês precisarão esperar para ver com seus próprios olhos.
Por fim, aviso, fica de olho: O Viajante Literário ainda tem muito que falar!Ah, é claro, não posso esquecer: PARABÉNS A TODOS NÓS!
E como há braços, abraços (milhões deles)!