Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.
Avaliação: 3.5/5
Às vezes uma escolha pode mudar uma vida.
Às vezes um livro pode te fazer refletir sobre a complexidade da vida.
Se Eu Ficar é esse tipo de livro.
Não
tem muito tempo e o mundo literário inteiro parou para assistir ao trailer da
adaptação de If I Stay que, em
poucos minutos, conquistou e levou muitos às lágrimas. Notícia ainda melhor foi
a de que o livro embarcaria em solos brasileiros pelas mãos da editora Novo
Conceito, ou seja: eu surtei, tu surtastes, blogosfera em massa surtou e Se Eu Ficar foi recebido de braços
abertos e certamente se sentiu muito bem acolhido.
Se
eu ficar conta história de Mia, uma jovem musicista clássica que, por ironia do
destino, nasceu numa família de roqueiros. Sua história começa numa manhã
nevada na qual não haverá aula e, portanto, a família decide tirar o dia para
visitar alguns amigos, mas... o pior acontece: por culpa do gelo, outro veículo
perde o controle e bate no automóvel da família. Mia acorda e assiste toda a
cena, da chegada da emergência ao trabalho incessante dos paramédicos, mas ela só
não esperava ver a si mesma ali em meio a toda aquela na neve: em coma.
Caminho até a parede, imaginando que vou atravessa-la e sair do outro lado. Mas quando chego até lá, me choco contra ela.
Confesso
ter ficado tão ansioso que cheguei a pedir excerto da obra em inglês pelo Kobo,
para dar uma sondada no que estava por vir, porém não consegui engatar na
leitura e atribuí culpa a dificuldade de compreensão da língua, mas a verdade é
que mesmo após ter começado a leitura da obra em português — trabalho
maravilhoso de tradução, inclusive — me vi no mesmo dilema: o início foi
maçante. Mas não criemos pânico, afinal, essa foi a minha — e exclusivamente
minha — impressão. A sua pode ser absurdamente diferente. De qualquer modo, a
leitura foi fluindo e fluindo até chegar ao ponto de eu não conseguir mais
larga-lo.
Enquanto
assiste a horda de parentes e amigos visitar o hospital, Mia descobre que há
uma escolha que só depende dela: ficar ou partir — eis o motivo do título. Eu
sei, falando dessa forma dá a parecer, mas apesar do tema geral envolver, esse
não é exatamente um livro de alto teor espiritual.
Isso não se parece nem um pouco com aquele filme Ghost, em que se pode atravessar o corpo de quem você ama, fazendo a pessoa sentir a sua presença.
Em
suma, apesar de ter esperado mais, eu gosto da forma que Se Eu Ficar foi contado e pretendo ler a sequência logo menos. É
uma boa leitura — talvez até te leve a chorar — e, acredite em mim, lê-lo não
vai ser perda de tempo.
Se eu ficar. Se eu viver. A escolha é minha.
Às vezes uma escolha pode mudar uma vida.
Às vezes um livro pode te fazer refletir sobre a
complexidade da vida.
Se Eu Ficar é esse tipo de livro.
Leia.
Assim me despeço, com a promessa de voltar.
E como há braços, abraços.
Uni · 529 semanas atrás
Caleb Henrique 61p · 529 semanas atrás
Depois volta e me diz o que achou, hein?!